sábado, janeiro 14, 2012

Pré-Projeto de Tese de Doutorado: AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA !

Introdução e Contextualização

A ideia do pré-projeto de tese em questão consiste no estudo da avaliação da aprendizagem, no ensino superior a distância no Brasil, a partir do referencial teórico de Jean Piaget.

Atualmente, a avaliação da aprendizagem no âmbito da Educação a Distância no Brasil é um dos assuntos muito discutidos na comunidade acadêmica. Uma das preocupações está em como avaliar a aprendizagem do estudante que interage com o professor e os colegas, a partir do uso de tecnologias digitais, como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA).

Os resultados do censo da educação superior divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em dezembro de 2007, mostram que de 2003 a 2006, houve um aumento de 571% em número de cursos a distância e de 315% no número de matrículas. Os dados do censo apontam ainda que, em 2005, os estudantes da educação a distância representavam 2,6% do universo de estudantes e, em 2006, essa participação passou a ser de 4,4% (INEP, 2008).

Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD), é possível constatar que as instituições de ensino brasileiras atenderam um total de mais de 2,5 milhões de estudantes em cursos desenvolvidos na modalidade a distância no ano de 2007 (AbraEAD, 2008). Esta pesquisa incluiu não somente alunos matriculados em cursos de instituições credenciadas pelo Sistema de Ensino, mas também em projetos de importância regional ou nacional, como os promovidos pela Fundação Bradesco, Fundação Roberto Marinho e do Grupo S (SESI, SENAI, SENAC e SEBRAE).

O censo de 2010 mostra um crescimento ainda maior no que diz respeito ao número de concluintes, matrículas e oferta de cursos superiores desenvolvidos na modalidade a distância no Brasil. Segundo as Sinopses Estatísticas da Educação Superior, publicadas no portal do INEP (INEP, 2011), o país teve um total de 144.553 estudantes concluintes do ensino superior, egressos de um total de 930 cursos de graduação e 930.179 matrículas realizadas. Este panorama aponta para uma preocupação com a qualidade dos cursos ofertados na modalidade a distância.

Máximo, Barone e Carvalho (2008) realizaram uma pesquisa sobre a avaliação da educação a distância na UFRGS, mostrando um panorama no período de 1998 a 2008. Esta pesquisa mostrou que, apesar de todos os esforços despendidos, os resultados ainda são preocupantes porque falta a utilização de referenciais teóricos sobre avaliação da aprendizagem na educação a distância em grande parte dos cursos analisados.

Segundo (Azzi, 2006) apud (Máximo, 2008), a avaliação da aprendizagem desempenha funções legítimas e indispensáveis no processo educativo. A função principal da avaliação é a pedagógica, que visa, principalmente, à verificação da aprendizagem dos estudantes, à identificação de suas necessidades e à regulação ou melhoria do processo de ensino e de aprendizagem. Os autores Ferreira, Otsuka e Rocha (2003) destacam a especial importância, no contexto da educação a distância, de uma avaliação formativa, ou seja, com características informativa e reguladora. Para Bona, Fagundes e Basso (2011), apenas entregar material no ambiente virtual não significa que o estudante aprenderá; o ambiente virtual não pode ser considerado um repositório de conteúdos. O ambiente virtual precisa ser um espaço de convivência digital virtual para além da interação entre os estudantes e, que considere a afetividade como um elemento essencial na educação e inseparável da cognição. Bona, Fagundes e Basso (2011) ainda afirmam que: “a avaliação permanece um tema polêmico entre as áreas do conhecimento, e que os instrumentos que melhor avaliam são os que possibilitam a leitura do estudante como um todo: afeto, cognição e metacognição”. Um aspecto importante que deve ser observado é que as discussões relacionadas à educação a distância estão enfatizando uma preocupação relevante que é: a decisão sobre quais concepções de educação e epistemológicas que o professor deverá ter ao lecionar, seja na modalidade presencial, seja a distância.

Acredita-se que a Informática pode contribuir de forma efetiva nos processos avaliativos em cursos na modalidade a distância. Segundo Máximo, Barone e Carvalho (2008), tal contribuição pode vir da combinação de diversos recursos computacionais. Os autores questionam: “O que temos hoje em termos de pesquisa e produção científica na área de Informática na Educação sobre avaliação na educação a distância?”


E, é exatamente aqui, que concentra-se a minha pesquisa de Doutorado:

"Quais outras formas de avaliação formativa são possíveis na Educação a Distância ?"

E PARA ISSO VALE RETOMAR ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES E QUE SERÃO NORTEADORES PARA A PESQUISA:

EDUCAÇÃO
A modalidade a distância, representada pela sigla EaD – Educação a Distância - envolve duas palavras: “educação” e “distância”. Paulo Freire (1982), apresenta duas concepções de educação: a bancária e a dialógica, onde a educação bancária implica na memorização mecânica de conteúdos, transformando os estudantes em depósitos que deverão ser “enchidos” pelo professor. E, a educação dialógica pressupõe que os estudantes se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo. Segundo Freire (1982), é justamente por meio do diálogo que o professor problematizador constrói e reconstrói conhecimentos com os seus estudantes. Freire (1982) ainda afirma que: “sem diálogo não há comunhão; sem comunhão, não há educação. Educar e (ser educado) é um ato de ´co-laborar´: trabalhar em conjunto”.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Franco (2010) afirma que há muita polêmica em relação ao qual seria a melhor definição para educação a distância. No entanto, Franco (2010) define educação a distância como “sendo o processo educacional no qual a interação de educadores e educandos busca superar limitações de espaço e tempo com a aplicação pedagógica de meios e tecnologias da informação e da comunicação objetivando a qualidade do ensino e da aprendizagem”. E, Maia (2007) define “Uma modalidade de educação em que professores e estudantes estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação”.

APRENDIZAGEM
Para Piaget (1972, p.11), o desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo que se relaciona com a totalidade de estruturas do conhecimento. A aprendizagem, em geral, é provocada por situações externas. O desenvolvimento explica a aprendizagem, e é um processo essencial onde cada elemento da aprendizagem ocorre como uma função do desenvolvimento total, portanto, a aprendizagem está subordinada ao desenvolvimento. A aprendizagem somente ocorre quando há, da parte do sujeito, uma assimilação ativa: “Toda a ênfase é colocada na atividade do próprio sujeito, e penso que sem essa atividade não há possível didática ou pedagogia que transforme significativamente o sujeito”.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Para (Leite, 2006), a palavra “avaliação” é proveniente do latim valere e significa ter ou dar valor a algo, validar ou tornar válido, digno. Para Libâneo (1991), a avaliação é uma tarefa didática essencial para o trabalho docente. Por apresentar uma grande complexidade de fatores, ela não pode ser resumida a simples realização de provas e atribuição de notas. A mensuração apenas fornece dados quantitativos que devem ser apreciados qualitativamente.

Para normatizar a modalidade a distância, o Ministério da Educação, publicou o documento: “Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância” (MEC/SEED, 2007). Estes referenciais consideram as leis vigentes do sistema de educação nacional (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, de dezembro de 1996; Decreto 5.622, de dezembro de 2005; Decreto 5.773 de junho de 2006; e das Portarias Normativas 1 e 2, de janeiro de 2007) e apresenta os critérios de avaliação da qualidade dos cursos oferecidos na modalidade a distância.

Estes referenciais apresentam os itens considerados na avaliação, dentre os quais, a avaliação da aprendizagem e, enfatizam que o modelo de avaliação da aprendizagem deve: “se pautar em um processo contínuo, adotando uma lógica de avaliação formativa, e deve auxiliar o estudante a desenvolver graus mais complexos de competências cognitivas, habilidades e atitudes, possibilitando-lhe alcançar os objetivos propostos”.

Segundo (Bloom, 1983), a avaliação pode ser classificada como diagnóstica, somativa e formativa. Sendo que, a avaliação diagnóstica é aquela que antecede o processo educativo. A avaliação somativa ocorre no final do processo de aprendizagem com o objetivo de certificar o aprendizado do estudante. E, a avaliação formativa ocorre durante todo o processo de aprendizagem, sendo realizada de forma constante.

De acordo com Perrenoud (1999), o processo de avaliação formativa ainda pode ser classificado em Formativo Direto e Formativo Indireto, sendo que a avaliação formativa direta compreende os processos de aprendizagem que passa por intervenções no funcionamento intelectual do estudante envolvido numa tarefa. Por exemplo, o registro de exercícios práticos, questionários, trabalhos, discussões em fóruns e chats. E, a avaliação formativa indireta compreende as ações sobre as condições de aprendizagem do estudante, como por exemplo, a motivação, participação no ambiente, frequência, estados afetivos, entre outros.

Para Becker (2001), a avaliação deve ser realizada cada vez mais no âmbito coletivo e Vasconcellos (1998, p. 51), afirma que a avaliação baseada nas interações entre os participantes de um curso a distância vem ao encontro dessa nova perspectiva avaliativa em que se busca “avaliar o produto no processo”.

Bassani (2006), em sua tese de doutorado, apresenta uma proposta que busca contemplar as tendências atuais na área da avaliação da aprendizagem, considerando a análise das interações do estudante no AVA e a complementaridade entre processo e produto. Compreende-se, aqui, o processo como o percurso de construção individual, que se constitui a partir das interações. Por outro lado, o produto caracteriza-se como o resultado das interações, evidenciado pelo conteúdo das mensagens/contribuições postadas por determinado sujeito. O modelo proposto por (Bassani, 2006) contempla as interações que se constituem a partir de diferentes contextos de análise, envolvendo o sujeito com o AVA, o sujeito com a ferramenta e o sujeito com a disciplina, considerando a presença de outros sujeitos e das regras que regem as relações nestes ambientes (Behar, 2009, p. 101 a 103).

TECNOLOGIA: AVA – AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM - Segundo (Schlemmer, 2002), um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) são sistemas que proporcionam um espaço digital virtual para interações entre professores, tutores e estudantes em cursos na modalidade a distância. No entanto, muitos desses sistemas reproduzem a sala de aula presencial física para o meio online, isto é, o que vemos muitas vezes na educação a distância é a transposição do ensino tradicional realizado na sala de aula com quadro e giz, para o ensino a distância, apenas com o diferencial de estar usando uma ferramenta computacional.

Bona, Fagundes e Basso (2011) apontam que os ambientes virtuais possam ser utilizados não somente para reproduzir ambientes educacionais existentes para um novo meio, mas usar a tecnologia para propiciar aos estudantes novas ferramentas que facilitem a aprendizagem. Esses suportam vários estilos de aprendizagem, com ênfase na colaboração e cooperação (Schlemmer, 2002).

JUSTIFICATIVA
Esta pesquisa justifica-se pelo fato da expansão do ensino superior na modalidade a distância no Brasil. Pesquisar e estudar a avaliação na educação a distância é essencial para que se possa atingir o objetivo de oferecer cursos do ensino superior de qualidade nesta modalidade. E, quando a palavra “qualidade” é aqui referenciada, quero dizer possibilitar aos estudantes condições de acompanhamento e aprendizagem.

Tecnologias digitais como AVA estão sendo amplamente utilizados em cursos a distância, no entanto, faz-se necessário refletir sobre o uso pedagógico desta tecnologia por parte de professores e estudantes. Acredito que os professores precisam compreender como o estudante aprende, como se desenvolve a inteligência, e como se constitui o processo de ensino e aprendizagem mediado pelas tecnologias digitais. Além disso, esta pesquisa se justifica, também, pela minha necessidade pessoal de aprofundar os meus conhecimentos na área da Informática na Educação, em especial, no que se refere à Educação a Distância.

PROBLEMA
Os autores Saccol, Schlemmer e Barbosa (2011) apresentam à comunidade acadêmica um número expressivo de tecnologias disponíveis para uso pedagógico na educação a distância (e-learning), e em outras modalidades de educação tais como m-learning (mobile learning – aprendizagem por meio de dispositivos móveis), u-learning (ubiquious learning – aprendizagem ubíqua) e b-learning (blended learning – aprendizagem “misturada”, “mista”, processo educacional cujas atividades são desenvolvidas numa combinação da modalidade presencial física e da modalidade a distância presencial digital virtual ou telepresença).

Todas estas modalidades de educação, bem como as mais recentes tecnologias digitais, estão disponíveis na sociedade atual e estão sendo apropriadas pelas instituições de ensino. Segundo Veen e Vrakking (2009), os jovens que estão ingressando no ensino superior, nos dias de hoje, são considerados nativos digitais, isto é, são pessoas que nasceram no final da década de 80, tiveram contato desde muito pequenos com as tecnologias digitais, pertencem a redes sociais e fazem uso destas redes para resolver problemas. Logo, são pessoas que não pensam de forma linear. Estes jovens pensam em rede e de maneira mais colaborativa do que as gerações anteriores.

Atualmente, percebe-se a necessidade de uma mudança de paradigma educacional: os estudantes não são mais os mesmos de anos atrás. A autora Moraes (1997), afirma que no ensino tradicional, a aprendizagem dos estudantes está fortemente relacionada aos conteúdos disciplinares. Os conteúdos ensinados são resultados das disciplinas e considerados como conhecimentos a serem transferidos aos estudantes. Pode-se observar que anos atrás a educação foi concebida com base no ensino tradicional e na educação bancária apresentada por Freire (1982). Hoje, a educação precisa ser vista como um espaço educativo onde estudantes e professores aprendem juntos, em grupos, em rede. Por isso, no paradigma educacional emergente, a aprendizagem é o processo mental pelo qual os estudantes constroem conhecimentos a partir de uma “ação” sobre o objeto em estudo. O conhecimento é a interpretação dos resultados das “ações” sobre os objetos em estudo e a educação passa a ser dialógica (Freire, 1982).

O questionamento apresentado agora é:

“Como avaliar a aprendizagem dos estudantes em cursos na modalidade a distância ?"

O que vemos, é que a maioria das instituições de ensino superior ainda tenta transferir informações como se fazia há quinhentos anos, e isso é um problema preocupante que foi transferido da modalidade presencial para a modalidade a distância. As instituições de ensino precisam reconhecer as habilidades e as estratégias de aprendizagem que os jovens estão desenvolvendo em interação com as tecnologias e utilizá-las como apoio à aprendizagem em ambientes virtuais na educação a distância. A sociedade do futuro precisará de pessoas que saibam trabalhar em rede e lidar com problemas complexos. A aquisição de conteúdos deixa de ser a meta principal da educação, e a ênfase é educar para o que é relevante e que tenha significado ao estudante (Veen e Vrakking, 2009).

Anos atrás, vivíamos na Sociedade Industrial, onde os estudantes aprenderam na Cultura do Ensino. Segundo Schlemmer (2002), na Cultura do Ensino, o foco do processo educacional está na instrução, no treinamento, no conteúdo e no controle, onde os “conteúdos” são ministrados de forma linear, sem relação uns com os outros. A avaliação é utilizada para controlar, testar e classificar os estudantes, sendo que o “produto” final é o mais importante. Aqui, observa-se uma ênfase na avaliação somativa (Bloom, 1983), onde o importante é “passar” os chamados “conteúdos” e testar no final do processo educativo.

Nos dias atuais, vivemos na Cultura da Aprendizagem, onde os estudantes estão vivendo e convivendo numa Sociedade em Rede. Segundo Schlemmer (2002), na Cultura da Aprendizagem, o foco do processo educacional está na construção do conhecimento, na aprendizagem, onde não existem “conteúdos” a serem ministrados e, sim, a construção de conhecimentos que valoriza o que o estudante já sabe, isto é, os seus conhecimentos prévios (Piaget, 1973) e a colaboração (Piaget 1973) entre estudantes ↔ estudantes e estudantes ↔ professores. A avaliação é utilizada para acompanhar o processo de aprendizagem dos estudantes, onde cada um aprende, individualmente e no seu tempo. O crescimento intelectual do estudante durante o processo educativo é mais importante do que o “produto final”. Aqui, observa-se que a ênfase está na avaliação formativa (Bloom, 1983), sendo este processo interativo e retroativo. Isto é, a avaliação formativa oferece condições, cujas orientações aos estudos possam ser alteradas durante o processo educativo.

Na Sociedade em Rede, as pessoas se comunicam com o uso de diferentes tecnologias digitais. De acordo com Fagundes, Sato e Maçada (1999), os espaços se transformam, se interconectam, se sobrepõem; os tempos não são mais lineares e as hierarquias se dissipam. Os suportes magnéticos armazenam dinamicamente as informações e as distribuem atendendo às complexidades das novas condições ecológicas. Tudo isso possibilita pensarmos o sistema educacional como um sistema aberto. A organização do ensino precisa considerar este novo contexto. Ela pode acontecer também em forma de rede, por áreas/células/disciplinas afins, por temas, por projetos.

Segundo Schlemmer (2002, p. 145), a avaliação precisa ter o seu foco no “processo”, na observação, em pontos de vista para entender os conceitos e posteriormente ampliá-los. A avaliação é formativa, continuada e metacognitiva baseada no uso do conhecimento, no desenvolvimento de projetos e na elaboração de portfólios. Logo, a partir desta contextualização, a questão que proponho para pesquisa é: “Como avaliar a aprendizagem dos sujeitos em interação com ambientes virtuais, na educação a distância?”

A partir da questão apresentada, proponho o estudo específico de “outras formas de avaliação formativa possíveis na EaD”, com as perguntas:

a) qual a compreensão que os professores e os estudantes da EaD têm sobre aprendizagem e sobre avaliação?

b) como os professores e os estudantes compreendem a avaliação na EaD?

c) que tipos de avaliação são utilizadas na EaD e com que finalidade?

d) como essas avaliações são desenvolvidas no ambiente tecnológico digital utilizado para a EaD?

e) as avaliações utilizadas dão conta de avaliar a aprendizagem dos sujeitos? De que forma? e

f) quais outras formas de avaliação formativa são possíveis na EaD ?

Para responder às questões acima, foi importante buscar nas teorias, conhecimentos sobre como os sujeitos aprendem (Piaget, 1978a), como se desenvolve a inteligência (Piaget, 1978a), como a mente funciona em processos de aprendizagem (Piaget, 1978b), e como os sujeitos aprendem com o uso das tecnologias.

Em seguida, com o intuito de responder às questões acima, acredito que o objetivo principal para esta pesquisa seja:

“Estudar como a aprendizagem se constitui e como avaliá-la em um processo de educação e de aprendizagem mediado por um ambiente virtual de aprendizagem na educação a distância”.

Nesse sentido, os objetivos específicos são:

a) analisar que outras formas de avaliação formativa é possível na EaD; analisar como os professores e os estudantes compreendem a aprendizagem e a avaliação, na modalidade a distância;

b) fazer um levantamento sobre os tipos e as metodologias de avaliação utilizadas na EaD, e o que está sendo avaliado;

c) analisar as ferramentas de avaliação disponíveis nos ambientes tecnológicos utilizados para a EaD;

d) analisar se as metodologias de avaliação atuais conseguem avaliar a aprendizagem dos estudantes;

e) pesquisar quais ações docentes contribuem para a aprendizagem na educação a distância.

Uma vez definido o problema, as perguntas decorrentes e os objetivos, apresento a seguir uma breve revisão bibliográfica para viabilização deste estudo inicial e, gostaria de salientar que este levantamento inicial de bibliografias deverá ser retomado quando do início propriamente dito da pesquisa.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AbraEAD. Um em cada 73 brasileiros estuda a distância. 2008. Disponível em: . Acesso em: 06 jan 2012.
BASSANI, P. B. Mapeamento das interações em ambiente virtual de aprendizagem: uma possibilidade para avaliação em educação a distância. Tese (Doutorado) – PPGIE. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
BEHAR, P. A. et al. Modelos Pedagógicos em Educação a Distância. Porto Alegre: Artmed, 2009.
BECKER, F. Educação e Construção do Conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001.
BLOOM, B. et al. Manual da Avaliação Formativa e Somativa do Aprendizado Escolar. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1983.
BONA, A.; FAGUNDES, L.C.; BASSO, M.V.A. Reflexões sobre a Educação a Distância na Educação Matemática. RENOTE-Revista Novas Tecnologias na Educação. CINTED/UFRGS. V.9. Nr.1. Julho. 2011.
FAGUNDES, L.; SATO, L.; MAÇADA, D. Aprendizes do Futuro: as inovações começaram! Coleção: Informática para a mudança na Educação. SED/MEC/PROINFO. 1999. Disponível em: . Acesso em: 09 jan 2012.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 11. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FRANCO, S. R. K. O construtivismo e a educação. 6. ed. Porto Alegre: Mediação, 1997.
INEP. Educação a distância cresce ainda mais entre os cursos superiores. 2008. Disponível em: . Acesso em: 06 jan 2012.
INEP. Sinopses Estatísticas da Educação Superior – Graduação. 2011. Disponível em: . Acesso em 06 jan 2012.
FERREIRA, T. B.; OTSUKA, J. L.;ROCHA, H.V. da. Interface para Auxílio à Avaliação Formativa no Ambiente TelEduc. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, 14., 2003, Rio de Janeiro. XIV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação – SBIE. Rio de Janeiro: UFRJ, 2003. p.1-10.
FRANCO. S. R. K. Educação a Distância – em busca de um conceito. Notas de aula. Seminário Avançado: Reflexões Teóricas e Políticas. PPPGIE. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.
LEITE, Denise (Org). Enciclopédia de Pedagogia Universitária: glossário. INEP/ RIES, 2006, p. 461
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo, Cortez, 1991.
MEC/SEED. Referenciais para a Qualidade na Educação a Distância. 2007. Disponível em: . Acesso em 09 jan 2012.
MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EaD. A Educação a Distância hoje. 1ª ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MÁXIMO, L. F.; BARONE, D. A. C.; CARVALHO, M. J. S. Informática e Avaliação na Educação a Distância na UFRGS: Um panorama de 1998 a 2008. Revista Novas Tecnologias na Educação. CINTED/UFRGS. V. 6. No 1. Julho, 2008.
MORAES, M. C. Paradigma Educacional Emergente. 9ª ed. Papirus. 1997.
PALLOFF, Rena M.; PRATT, Keith. O Aluno Virtual: um guia para se trabalhar com estudantes on-line. Porto Alegre: Artmed, 2004.
_______. Construindo comunidades de aprendizagem no ciberespaço: estratégias eficientes para salas de aula on-line. Trad. Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2002.
PERRENOUD, P. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
PIAGET, Jean. Desenvolvimento e Aprendizagem. Traduzido por Paulo Francisco Slomp do original incluido no livro de: LAVATTELLY, C. S. e STENDLER, F. Reading in child behavior and development. New York: Hartcourt Brace Janovich, 1972.
_______. Estudos Sociológicos. Rio de Janeiro: Companhia Editora Forense, 1973.
_______. O Nascimento da Inteligência na Criança. 3ª ed. Ciências da Educação. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978a.
_______. A Formação do Símbolo na Criança. Imitação, Jogo e Sonho, Imagem e Representação. 3ª ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1978b.
SACCOL, A.; SCHLEMMER, E.; BARBOSA, J. M-learning e U-Learning. Pearson Education. 2011.
SCHLEMMER, Eliane. AVA: Um ambiente de convivência interacionista sistêmico para comunidades virtuais na cultura da aprendizagem. Porto Alegre: URFGS, 2002. Tese (Doutorado em Informática na Educação) Programa de Pós-Graduação em Informática na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002.
VASCONCELLOS, C. Avaliação da Aprendizagem: práticas de mudança: por uma práxis transformadora. 3. ed. São Paulo: Libertad, 1998.
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital. Trad. de Vinícius Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009.

Nenhum comentário: